19.9.10

The End.

É como se o vazio habitasse em mim, embora eu não possa mais voltar atrás, e nem queira, embora eu queira resgatar o que me faz falta, e não possa. Certas pessoas se tornam inatingíveis pela ação do tempo, da vida, da morte... Outras a gente trata de afastá-las, sem querer, e sem saber se consegue permanecer longe. Não sei se foi uma questão de ingratidão eu me afastar de ti, talvez egoísmo, covardia, medo. Egoísmo, exatamente. É quando você acha que pra ser feliz, precisa se colocar na frente de tudo e de todos, pensar primeiro em si. O que nós, egoístas, não sabemos, é que ninguém consegue ser feliz sem fazer alguém feliz. Mas isso não basta. Nós queremos ser felizes primeiro, e a partir dai proporcionar a felicidade do outro. Talvez tenha sido por isso que eu te magoei, puro egoísmo. Ingratidão, não. 
É complicado admitir o próprio egoísmo. Mas eu enxergo nisso um ato nobre. Um egoísta infeliz não é capaz de fazer ninguém feliz. E mesmo que ele precise magoar essa pessoa para que ela entenda isso, ainda assim é nobre. Porque ninguém quer e nem deve querer viver de migalhas, de retalhos, restos de amor ou o que quer que seja. É preciso saber a hora exata de dizer adeus, quem sabe assim a história dure para sempre. Eu não quis te oferecer o que sobrou. Já não era o suficiente, não era o que você queria, o que merecia. Prefiro guardar pra mim o que sobrou, e exercitar ainda mais o meu lado egoísta, embora eu tenha certeza de que tal ato vai te fazer bem melhor. Ou vai me fazer melhor? Espero que me faça, e te faça depois. O meu egoísmo é inevitável, mas te quero bem. 

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